terça-feira, julho 29, 2003

AD MAGNIFICUM PORTUS CALE

Hoje, quando acordo de um prolongado estado de letargia, vejo-me, estupefacto, presenciando o jogo de futebol Sporting – Club Brugge na televisão nacional. Para meu enorme júbilo, os comentários estavam a cargo de Gabriel Alves.
Sim, esse monstro da comunicação, o homem impulsionador do “11 ao ataque”, do “futebol filosófico”, da celebérrima “vantagem de se ter dois pés”, da invenção da “humidade relativa muito superior a 100%”.
Pois é com gáudio e emoção que vejo os já autóctonamente reconhecidos atributos de Gabriel Alves não se esvanecerem com o passar dos anos. Flúem-lhe as palavras, os conceitos futebolísticos, as filosofias ligadas à sua grande arte. É com surpreendente imodéstia que desta vez tomo a liberdade de o parafrasear, tendo a completa noção da responsabilidade que me assenta nos ombros.

Primeira parte, algures entre os 10 e os 20 minutos de jogo:
“Nota-se claramente que a equipa do Sporting tem feito o trabalho de casa, é notório o grande entrosamento entre todos os jogadores da equipa, principalmente o sector mais recuado, com o defesa Beto como líder”.

Ainda na primeira parte, pouco após o golo do Club Brugge:
“As hostes sportinguistas esperam com ansiedade a chegada de Anderson Polga para o miolo da retaguarda. O Sporting necessita aí ainda de um líder, e Anderson Polga pode ser o presente que Fernando Santos necessita para fortalecer o sector mais débil do Sporting, que é a defesa”.

Gabriel Alves é indubitavelmente ícone máximo no subconsciente do amante do “desporto rei”. É jornalista, filósofo da “coisa futebolística”, pensador da “bola redonda”. Do melhor que Portugal tem para dar. DS


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