domingo, setembro 07, 2003

25 MINUTOS EM 6 DIAS

Regresso hoje, após alongada ausência para reflexão de conteúdos, ao activismo pirilampástico. Estive absorvido na cogitação de um outro blog, mas que permanecerá indistinto aos demais.
O que me traz de novo aqui é a dissertação sobre o fraquíssimo aproveitamento do Festival Internacional de Curtas de Vila do Conde, que este ano, surpreendentemente, apenas se saldou por duas produções eminentemente positivas. Falo-vos de BEACON, uma produção luso-germânica, com realização de Matthias Möller e Christoph Girardet.
Estes 15 minutos de puro deleite visual, (é uma produção primordialmente visual, em detrimento de um qualquer teor mais metafísico) combinam com mestria as imagens retiradas pela objectiva de Möller, de diferentes locais do mundo, todos com o mesmo ponto de encontro: o mar; com um som étnico, fantasticamente remasterizado por Girardet.
BEACON transporta-nos para um local único, mítico, surreal. Apenas atingível por nós mesmos, nos nossos sonhos mais profundos. Do melhor que se tem produzido neste rectângulo plantado à beira mar.

Também mencionável pela positiva é DIECI MINUTI ALLA FINE, com realização de Daniele Capro e Franco Marezco. É, também, uma produção com o cunho português, sendo de iniciativa interna do festival.
Retrata-nos a bestialização progressiva do Homem, através de um possível holocausto, sempre presente no filme, mas nunca anunciado. O Homem como animal, fielmente retratado. Bunkers vagueados por sobreviventes penados e cemitérios desertos em 10 minutos de impacto emocional. Para ver.

Duas produções realmente positivas, o que numa apresentação de 6 dias e desenas de curtas, é realmente pouco. DS

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