domingo, agosto 29, 2004

E SE DEPOIS

Por vezes saio de casa. Quando isso acontece, corro o risco de encontrar pessoas que me perguntem coisas como “Desculpe, pode-me dizer as horas? E já agora, que raio de penteado é esse?”. Outras ligeiramente mais simpáticas interpelam-me esporadicamente com algo mais intrigante: “Como acha que seria o comportamento de Nelson Mandela se fosse português?”.
Depois de vestir as calças e engolir mais um Prozac, tento responder o mais detalhadamente possível:

Conhecendo o seu prévio passado revolucionário, acredito que facilmente Mandela se converteria numa estrela em ascensão da chanson portuguaise, exalando subversivas letras que inteligentemente escapassem à maquina de censura, acabando por inevitavelmente vencer o Festival RTP da Canção de 1980 com 96 pontos (ninety six points, quatre-vingt-dix six points, noventa e seis pontos) – apenas 4 pontos à frente de “Um Grande Grande Amor” de José Cid.

Claro que apenas fiz uma suposição temporal.

Outra possível hipótese consistia no caso de Nelson Mandela ser um prisioneiro político libertado em 1990 em Portugal. Estou convencido que, apesar da inexistência de um Apartheid lusitano, Mandela continuaria a combater as injustiças mundanas já que esse era o espírito reminiscente do Pós-Perestroika. Basicamente, estava na moda.

Assim como também não é dificil imaginar que se a libertação de Mandela ocorresse no ano passado, rapidamente se tornava num Stand-Up Comedian, infelizmente com pouco sucesso. Como o Gandalf disse no primeiro Lord of the Rings: “textos sobre a liberdade ou a qualidade da comida da prisão não dão bom material cómico.”

Ok, também não me lembro do Gandalf dizer isto, mas desde que a Avril Lavigne disse que os Jogos Olímpicos rockam, acredito em tudo.

Das

quinta-feira, agosto 26, 2004

VOL. IV - SOU MAIS UM NO CARROSSEL DOS ESQUISITOS

Photobucket

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capa: Cadela de guarda na Feira Medieval de Santa Maria da Feira (Das)
contracapa: Babas e Pato vão dar uma mija depois de fintarem a cadela de guarda (Das)

terça-feira, agosto 24, 2004

QUANDO OS PROGRAMADORES DE JOGOS DE SPECTRUM SE DROGAVAM NOS ANOS 80 – VOLUME I

Por esta altura no ano passado estava agarrado ao Championship Manager 3 ou ao Counter-Strike, mas lentamente deixei este terrivel vício desde que aprendi a cortar as unhas dos pés de pernas para o ar. Finalmente um passatempo saudável.

Ou então não.

Infelizmente, esta semana, o meu diabólico irmão (ainda uma deprimente criatura agarrada a obras do Demo como o Pro Evolution Soccer 3) teve a infeliz ideia de procurar os nossos antigos jogos de Commodore 64 pela internet. E eis-me novamente viciado nos jogos que faziam as minhas alegrias numa altura em que as camisas de flanela ainda não estavam na moda - Demónios te carreguem, Eddie Vedder!

A boa notícia é que esta situação oferece-me uma estúpida desculpa para exibir parte da minha teoria que defende que TODOS os programadores de jogos de computador dos anos 80 eram uns junkies do mais motherfuckin’ hardcore junkie possível. Naquele tempo é que era hardcore. Não havia espaço para os actuais lastimosos programadores, sombras albinas de um glorioso passado. Nos 80’s o programador de jogos de Spectrum residia no patamar de coolness de um actor porno dos 70’s e snifavam tanta coca como o Robert Plant circa "Houses of the Holy".

Para acabar com essas dúvidas atentemos no jogo Starquake (1988):




Qual é o objectivo de Starquake ninguém sabe. Nem mesmo os programadores. A história (?) começa com uma nave despenhada num planeta qualquer. Ao lado da nave está um... um... uma coisa que não lembra nem ao Menino Jesus, e que será o bonequinho que vamos controlar. Para facilitar as seguintes explicações, chamemos-lhe “John”.








O “John” é uma... coisa com habilidades tão variadas como “andar para a direita” ou mesmo “andar para a esquerda”. Estas habilidades, quando utilizadas sabiamente, dão origem a um revolucionário movimento: cair de precipicios.

Passado 10 minutos de jogo, descobri que o “John” possui a capacidade de se elevar ao colocar plataformas por baixo dele. Plataformas que se evaporam rapidamente. Alguém me quer convencer que um programador de jogos de computador se lembrava disto no seu estado normal?









Ao percorrer a comovente odisseia de “John” começamos a encontrar os habituais packs de munições e de energia e objectos tão úteis no espaço sideral como “antenas de televisão”, “biscoitos” ou “jantes de automóveis”.

Mas a piéce de résistance de Starquake reside nos inimigos de “John”: O planeta em questão é habitado por lagartixas voadoras, amibas errantes e outros animais impossíveis de desenhar sem o auxílio de uma razoável dose de LSD. Para acentuar o ambiente psicadélico do jogo não podia faltar a usual banda sonora de um jogo de Spectrum. Citando Pedro Alvares Cabral: “É o full package, Bartolomeu!”.








Dentro da minha escala Uso de drogas/Resultado final (onde o mínimo equivale a “Consumo Esporádico de Cogumelos” e o máximo a “Estes Deram Duro Na Coca!”), Starquake situa-se a 81%.

Traduzindo para leigos, trata-se de um sério caso de abuso de Gamma Hidroxibutirato.

Das

sexta-feira, agosto 20, 2004

E QUE TAL UM HAIKU ANTES DO JANTAR?

Na noite fria de verão
Afinal hoje está calor
C'um caneco!

Das

quinta-feira, agosto 19, 2004

AND NOW FOR SOMETHING COMPLETELY DIFFERENT

sábado, agosto 14, 2004

Hmmmm...

Hoje descobri mais uma actividade/profissão/cena para juntar à minha lista de actividades/profissões/cenas mais odiadas, nas quais se incluem os tão famigerados Escuteiros ou os mete-nojo dos Taxistas! São os fogueteiros! (sim, aqueles gajos que lançam foguetes ainda de madrugada!!!)
Será que um gajo já não pode dormir em paz num sábado de manhã?!? Hoje eram umas 8h da matina quando começou a rebentar o foguetório cá no vilarejo. Eu juro-vos, se não fosse pela preguiça, que me tinha levantado, metia os foguetes todos no cu do "profissional de pirotecnica" e os acendia com todo o prazer.
Aí sim, eu talvez compreendesse qual é a piada do caralho dos foguetes!

Ensonadas Saudações Pirilampásticas
LP

sexta-feira, agosto 13, 2004

HENRIQUE E O ÉTER

O Henrique não é o vosso típico cavalo lusitano. “Claro que não... ENTÃO SE É UM BURRO!!...” exclamará o imbecil leitor. Porém, não me estou a referir a tal deficiência daltónica. O Henrique é um cavalo culto. Facto.

Contrariamente ao seu progenitor Impressive Jonny 7 de Ouros (Campeão Regional em 1987, vencedor do "36º Meeting Vila Nova da Telha/Perafita Tintas Barbot" e orgulho da cavalariça local), o Henrique sonha uma carreira no meio radiofónico. Preferencialmente na Rádio Clube Matosinhos – 91.0 FM. Sei disso quando o ouço a suspirar às 4 da manhã enquanto Manuel Monteiro divaga sobre um anúncio do Restaurante Pinheiral dos Leitões com a sua voz nasalada ou ao ouvir-lhe murmurar “Boa escolha...” quando Janeco revela a frase do dia para pedir discos pedidos no seu programa de culto Janequices.




Como complemento, deixo uma pequena introdução às principais influências hertzianas do meu pequeno potre:




JANECO
Janequices (Sábado: 19h-21h; Domingo: 21h-23h)




Nascido Joaquim “Caneco!” Silva nos suburbios rurais de Amarante (pleonasmo propositado) a 19 de Novembro de 1965, adoptou o nome artístico Janeco quando no quente verão de 1985 tornou-se o mais jovem locutor da RCM.
É reconhecido a nivel regional (!) pela sua mítica sucessão de frases articuladas em piloto automático:

- Bom dia ouvinte.
- De onde nos fala?
- Muito bem. A frase...
- Certíssimo. A música...
- Fantástico. Adeus, excelsos agradecimentos e um bem haja.




MANUEL MONTEIRO
Donos da Noite (2ª, 3ª e 6ª: 02h-07h; 4ª, 5ª, Sabado e Domingo: 00h-07h)




Auto-intutilado Príncipe da Rádio, Manuel Monteiro é tambem carinhosamente denominado pelos seus inúmeros fãs como Papa da Piada Fácil, Rei da Redundância ou mesmo Deus da Dicotomia Frugalidade/Nonsense.
Atinge constantemente o final do seu programa exausto, raramente sóbrio e com um perturbador sentido involuntário de auto-sátira desorientada. Um génio.

Das

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CRISTIANO RONALDO

É oficial: Cristiano Ronaldo é o verdadeiro cromo português. Reparem que a sua impotência, a sua falta de habilidade, a sua falta de nível, a sua frustração no último jogo de Portugal (contra o Iraque) foi tão grande que chegou mesmo a agredir um adversário, deixando-o no chão a sangrar.
É bom ver que temos destas pessoas a representar o nosso país! Como se não nos bastassem os Excesso para dar mau nome...

Decepcionadas Saudações Pirilampásticas
LP

quarta-feira, agosto 04, 2004

GRÃ-DUCADO DA MAIA (PARTE I – A ORIGEM D’ “A CAUSA”)

Depois do mítico post sobre as vivências do célebre actor porno Bug Lightstick, eis-nos aqui numa nova e aprofundada joint-venture de investigação sobre o milenar Grã-Ducado da Maia, pátria dos monges colonizadores do que hoje se chama Islândia, zona oeste da mítica praia de Labruge, ainda na saudosa Pângea.

Durante milénios, vários e dedicados patriotas lutaram guerreiramente pel’ “A Causa”, a afirmação do Grã-Ducado da Maia no contexto internacional das superpotências, proeminentemente na área mercantil e no fabrico de vocábulos, como são exemplos o popular “wah!” e o mais socialmente aceitável “pashhh!”.

A alienante repressão por parte dos Pirilampos Verdes Assassinos da identidade maiata, levou os bravos combatentes a lutarem por um ideal mais pragmático e acessível, o Condado das Guardeiras. Foi já no século passado que, de um modo underground, nasceu esse ideal de todos nós, orgulhosos maiatos dedicados à “A Causa”, e tendo em Conde Josué o expoente máximo do guardeirismo enraízado.
Ou assim se presumia. Esta foi a ideia que os Pirilampos Verdes Assassinos transmitiram durante milénios com sucesso, marionetizando Conde Josué - Ideal completamente refutado por décadas de pesquisa guardeirense e a serem expostas na Parte II desta saga.

(continua)

Das/ex-Pirilamper Lilás