sexta-feira, abril 30, 2004

NOVAS TENDENCIAS MUSICAIS: GUSTAVO CALDEIRA - PARTE 2 de 2

Sobejamente conhecido como o principal responsável pelo colapso cerebral de Xobineski Patruska, Gustavo Caldeira acabou de lançar o seu primeiro EP “Greatest It’s” (foi, obviamente, no título do EP de Caldeira que Gomo se inspirou para o título do seu próprio album – “Best Of”). Este épico lançamento é uma boa desculpa para o The Pirilampo Mágico Project inaugurar uma nova rubrica dedicada a crítica de albuns.
Analisemos, então, detalhadamente o EP de quem João Pedro Pais terá dito: “Adoro-o como o irmão bastardo que nunca tive.”




GUSTAVO CALDEIRA
Greatest It's

Ed. Autor

1/10





No seu press release, Gustavo Caldeira indica Oasis, Beatles e outros exemplos de pop psicadélica como referencias. O resultado não poderia ser mais discrepante. Ao longo do EP encontramos tentativas de BritPop manhoso misturadas com tristes inclinações para uns Silence 4, Hands On Aproach ou mesmo Império dos Sentados.

O EP inicia com o single óbvio “Nevermind Faces”, balada para pitas choronas onde começamos a sentir a composição avantgarde de Caldeira em rimas como “faces/races/places”. O seu irmão bastardo ficaria orgulhoso. “The Truth Is My Hero” poderia ser uma composição de Pete Yorn se este sofresse de imbecilidade crónica. Caldeira transfigura-se no bad boy da Margem Sul ao vociferar “I'm tired of hearing bullshit, read the fucking lyrics of this song” – Bem radical! Um clássico exemplo Operaçãotriunfiano de “Hey! É Rock!”.

Com“Wait a While” começa a trilogia cómica. Isto é Caldeira-frustrated-rockabilly vintage. Marca o regresso do seu vanguardismo lírico – “away/say/stay” – e acaba no ridiculo de tentar esgalhar vocalizações à Rod Stewart ou àquele tipo dos Stereophonics do qual não me quero lembrar do nome; “My Train” é uma deprimente balada com deliciosos erros ortográficos - “I don't have no company/I don't have no one to take care of me” – e leves insinuações a bestialismo equestre. Mas o apogeu da maqueta chega em “Revive” – proto-metal sob o efeito de leitinho morno no seu auge.
Quando chegamos à ultima faixa “Son of a Daughter” já só temos tempo para carregar no stop antes de rebolar pelo chão às gargalhadas. “Greatest It’s” é tão idioticamente kitsch quanto o seu potencial fazia adivinhar.

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