sexta-feira, julho 11, 2003

KITANO RELEGADO PARA A SALA 4


Indignado! É a única palavra que descreve o meu estado mental após verificar o número de salas em que o último de Takeshi Kitano, «Dolls», estreou hoje no nosso paí­s. Não me sentiria assim se vivesse na Grande Lisboa, já que «Dolls» estreou em 2 salas: Saldanha Residence e King Triplex. Mas sinto um arrepio provinciano ao vislumbrar que o filme apenas estreia em uma (1!) sala e que essa sala é a famigerada sala 4 do Cidade do Porto...

Não estava à espera que estreasse em multiplexeres tendenciosamente adolescentes como o NorteShopping ou o MaiaShopping, mas fiquei surpreendido pela ausência numa das 20 (!) salas do AMC do ArrabidaShopping ou mesmo no mí­tico Nun'�lvares que sempre nos habituou a boas estreias.

Recuso me a ir ver o filme à sala 4 do Cidade do Porto. Quem conhece a sala 4 sabe do que estou a falar. É a sala menos apelativa num raio de 639 kms quadrados. O ecrã é do tamanho do espelho da minha casa de banho, a sala tem espaço para 20/30 cadeiras no máximo e é claustrofóbico (nem sequer quero tocar no boato da pessoa que tinha morrido com falta de ar nesta sala, que junto ao outro boato do corpo encontrado sem orgãos num elevador deste shopping tornou o Cidade do Porto num alucinante caso macabro) DM


Pelí­culas Fluorescentes: Seria de esperar que o ciclo da RTP2 dedicado a Kitano aumentasse o número de cópias no nosso paí­s.
Ontem - «Hana-Bi» (Fireworks/Fogo-de-Artifício) é a mais tocante obra de Kitano e, a par de «Before Sunrise» (Antes de Amanhecer) de Richard Linklater, um dos poucos filmes que me fez lacrimejar.
Hoje - «Brother» (Irmão). "A violência no seu estado puro" ou "nunca o espichar de sangue nos vidros laterais dum automóvel soou tão poético."

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