quinta-feira, outubro 14, 2004

PEQUENA DISSERTAÇÃO SOBRE A CENA HOMOSSEXUAL DISSIMULADA DE LIVERPOOL DOS EARLY 80’S

Sei que não é algo normal num português, mas, exceptuando o casual derby Ramaldense-Castêlo da Maia, o nosso futebol não me fascina minimamente. Desde pequenito que sou adepto do Liverpool Football Club. Os meus amigos pensam que apoio o Liverpool devido ao seu impressionante historial britânico e europeu (18 títulos ingleses e 4 europeus). Entretanto a minha família acredita que fui influenciado pelo Dave, um amigo inglês do meu pai que quase morria afogado na Ribeira em 1987 depois de beber a sua habitual dose de pints.

Ambas as facções estão erradas. O meu fascinio pelos Reds provém da lendária e dissimulada cena homossexual de Liverpool dos Early 80’s. Que outra forma de explicar o penteado de Kevin Keegan ou o bigode de Graeme Souness? Estilos que provam que o futebol já foi mais gay.

Impõe-se uma breve dissertação sobre as bandas que criaram o movimento homossexual encoberto de Liverpool - Cidade do Bife Tártaro, dos Beatles e dos Bichonas com Estilo:


FRANKIE GOES TO HOLLYWOOD

Influenciados pelo bigode de Souness, os Frankie Goes To Hollywood penetraram nas incautas mentes da população mundial em 1984 através do mui homoerótico video de «Relax». Milhares de orfãos de Ian Curtis recebiam um novo fôlego. Existia vida depois dos Joy Division, e ela residia nos bigodes ridículos e uniformes de polícia demasiado apertados.

Seguiu-se o single com as conotações homossexuais mais subverssivas desde que Jim Morrison encarnou o «Backdoor Man». Em «Two Tribes» podia-se ouvir “Ship it out-out/I'm working for the black gas”. E assim o sexo anal se tornou popular no seio da comunidade de flamingos de Lancashire.

Dois anos depois de «Welcome To The Pleasuredome», os Frankie Goes To Hollywood regressam com o segundo álbum. E que nome mais gay que «Liverpool» ? Infelizmente ninguém compreendeu a homenagem à cidade e de um dia para o outro só se viam heterossexuais a dançar ao som dos Depeche Mode no campus da Universidade de Oxford.


OMD (ORCHESTRAL MANOEUVRES IN THE DARK)

Alguns anos antes do boom gay criado pelos Frankie Goes To Hollywood, os OMD já tinham tentado o sucesso com «Enola Gay», uma ejaculação precoce com um típico titulo criado por um par de paneleirotes ressabiados. Atingiram respeito dentro do meio artístico quando «If You Leave» foi incluído na banda sonora do lendário «Pretty In Pink» de John Hughes.

Actualmente continuam a ser um par de paneleirotes ressabiados.



DEAD OR ALIVE

Liderados pelo carácter andrógino do vocalista Pete Burns, os Dead Or Alive tornaram-se na primeira e única banda synth-gótica da história da música moderna. Depois de atingirem o estrelato mundial (e no Japão) com o clássico instantâneo «You Spin Me Round (Like a Record)», Burns julgou-se de devido direito a acusar Boy George de roubar a sua imagem chocante de bicha com estilo. Claro que apenas segundos mais tarde o efeminado vocalista se lembrou que Boy George já usava esse visual anos antes dos Dead Or Alive surgirem, relegando a banda de Pete Burns para o subsequente esquecimento.

Seriam necessários 9 anos, 6 plásticas às maçãs do rosto e lábios de colagénio para Pete Burns regressar – agora como gajo-gaja – às discografias em 2003. Todos o ignoraram.


Para a eternidade figura a imortal quadra que ainda hoje ofereço em cada manjerico por ocasião das Festas Populares do meu rico S. João:

«All I know is that to me
You look like you’re havin’ fun
Open up your lovin’ arms
Watch out, here I come»



PAUL MCCARTNEY

Longe de todo o apercebimento fora do raio de predomínio de Lancashire, esconde-se o facto que Sir Paul McCartney é homossexual. Alias, basta pensar um pouco: A mullet à MacGyver não engana ninguém.
Sentindo-se na curva descendente da sua carreira, em 1982, McCartney decidiu seguir as influências do movimento homossexual da sua cidade natal para gravar com Stevie Wonder, «Ebony and Ivory» - o hino à homossexualidade interacial.




Claro que inevitavelmente, tal como no meio futebolístico, Manchester sentiu-se na obrigação de responder aos seus vizinhos de Oeste. Infelizmente o resultado foi deveras desolador:


Não sei se me entendem.

Das

Sem comentários: