sexta-feira, junho 13, 2003

115 anos de Fernando Pessoa


Som sem som
Todas as formas que ele vê em sonhos
Antes que Alma possa ouvir, a imagem (o homem) tem de se tornar surda aos rugidos como aos segredos, aos gritos dos elefantes em fúria como ao sussurro prateado do pirilampo.
E então ao ouvido interior falará : A Voz do Silêncio.


A Voz do Silêncio
Helena Petrovna Blavatsky
(Tradução Fernando Pessoa)

Confirma-se! A temática do pirilampo era já uma preocupação (visionária, diga-se de passagem) e uma constante da escrita pré Pessoana. De facto, circulam rumores de que a imagem do pirilampo - na época a preto e branco - terá executado a função de musa inspiradora, ocupando um papel de extrema relevância na escrita de Fernando Pessoa, ao ponto de superar o desempenhado pela imprescindível garrafa de absinto. Tal pode ser demonstrado na leitura atenta dos poemas: Enfia, a agulha (Poesias Inéditas) ; Gozo os campos sem reparar para eles (Alberto Caeiro) ; Não a ti, Cristo, odeio ou te não quero (Ricardo Reis) ; O Desejado (Mensagem - O Encoberto ); O Marinheiro (O Marinheiro) ; Opiário (�lvaro de Campos)

Segundo o arquivos especiais da revista Caras, eticamente violados pelos nossos informadores que se encontram espalhados por todo o país, "Pirilampo", era o nome pelo qual se tratavam Nandinho e Phelinha, nas poucas missivas não publicadas, devido ao seu conteúdo qualificado como moralmente chocante. AF

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